Muitas empresas começam no regime do Simples Nacional por causa da simplicidade, mas chega um momento em que entender como sair do Simples Nacional para Lucro Presumido torna‑se essencial para pagar menos impostos ou para estar em conformidade legal. Quando o faturamento excede limites, ou quando surgem obrigações societárias ou atividades não permitidas, a saída deixa de ser opção e vira necessidade.
Neste artigo, vou mostrar critérios que definem quando essa mudança faz sentido, os passos legais para sair do Simples e adotar o Lucro Presumido, e os principais cuidados que você deve ter para evitar surpresas ruins.
Critérios que indicam ser o momento certo de sair do Simples Nacional
Faturamento acima do limite legal
Atualmente, o limite de receita bruta anual para permanecer no Simples Nacional é de R$ 4,8 milhões. Se a empresa ultrapassar esse valor, será automaticamente desenquadrada.
Também vale observar se o faturamento mensal está já em patamares que implicam alíquota efetiva alta no Simples, de modo que o Lucro Presumido possa se tornar mais vantajoso mesmo antes de estourar o limite.
Mudanças na estrutura societária ou atividade
Se a empresa passa a ter sócio pessoa jurídica ou sócios no exterior, ela pode perder o direito de estar no Simples.
Atividades vedadas ao Simples ou alteração de CNAE para algo que não seja permitido no Simples Nacional também forçam a mudança.
Custos operacionais, margens e despesas dedutíveis
Empresas que têm muitas despesas dedutíveis ou margens de lucro reais acima da presunção do Lucro Presumido podem sair ganhando com a mudança. Afinal, no Simples muitas vezes essas despesas não reduzem a base de cálculo.
O “Fator R” (percentual do faturamento destinado à folha de pagamento e pró‑labore) para empresas de serviço no Anexo V do Simples Nacional pode influenciar bastante o peso da alíquota no Simples. Se ele for baixo, pode ficar mais caro continuar no Simples.
Principais impactos fiscais, contábeis e operacionais
- Carga tributária: pode aumentar ou diminuir, dependendo da atividade, margem de lucro e despesas dedutíveis. Muitas vezes, empresas de serviços com poucas despesas veem vantagem no Lucro Presumido.
- Complexidade administrativa: gestão contábil mais rigorosa, custos com contador, sistemas e processos de controle interno crescem.
- Regime de fiscalização: há mais atenção por parte de órgãos fiscais; eventuais erros podem gerar multas maiores por causa das obrigações acessórias.
- Visibilidade financeira: com contabilidade completa, o empresário passa a ter visão mais clara dos lucros reais, custos e margem. Isso ajuda nas decisões estratégicas.
Conclusão: escolha estratégica para o futuro do seu negócio
Se você está considerando como sair do Simples Nacional para Lucro Presumido, saiba que essa transição exige planejamento, contabilidade estruturada e análise detalhada dos seus números. Não basta simplesmente desejar mudar; é preciso simular, ajustar processos internos e adaptar suas rotinas fiscais.
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